sábado, 9 de janeiro de 2010

divagações hermenêuticas acerca da estética brega

Ouvindo mais atentamente um dos maiores petardos da música popular brasileira, procurei entender o porque do título da música ter o mesmo título da homônima fábula escrita por Esopo.

Seguindo o enredo, vemos a história de um casal que se enamorava durante o baile, e durante a festa, desejos se construiam ao longo das músicas dançadas rosto-a-rosto. O charme, a sedução e a malícia feminina atiçavam os sentidos e a imaginação do nosso pobre herói, que estoicamente esperaria o baile acabar para enfim levar a moçoila para longe daquele tumulto orquestrado.

Finda o baile, e com ele, os projetos de conquista. Agora só lhe resta uma chance - uma única chance, em frente à casa da bela rapariga. Tensão total. E chega a hora do approach. É a glória ou o fracasso. Nem mais nem menos. Batalhas foram travadas desde início do baile e foram devidamente concluídas, mas o grande confronto era iminente. E faltava pouco, mas... Ainda faltava-lhe tempo.

Em verdade nosso mancebo perdeu o último grande confronto para o tempo, e por isso decidiu ir embora. Não porque lhe faltasse disposição. Foi embora porque na sua mente beligerante não havia mais tempo para perder, e existia um mundo inteiro para ser batalhado.

A Raposa E As Uvas by Reginaldo Rossi  
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Reginaldo Rossi - 01 - A Raposa E As Uvas.mp3 (3631 KB)

Posted via email from harim britto

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